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Megaman ZX Review

Que o Nintendo DS é um dos melhores consoles lançados no mercado atual ninguém tem dúvida, e foi confirmado em pesquisas que ele é o console mais comprado pelo chamado público “casual” (crianças até 12 anos e adultos após os 25 ou 30 anos, coisa assim). Vai ver por isso que Megaman casa muito bem com o console.

Todos sabem que Megaman é um game de plataforma e mudar isso é destroçar a essência do game. Por essas e outras que as suas versões em 3D não são muito bem aceitas pelos fãs (vide o fracasso dos games X7 e X8 para PS2). Eu mesmo sou um fã devoto de Megaman em 2D, e que isso não mude nunca. E devido as limitações naturais do Nintendo DS, Megaman ZX não poderia jamais ser feito em 3D (amém!).

Dada esta introdução, vamos a review em si.

O game é fantástico, diferentemente do que algumas pessoas andaram falando por aí. Se bem que o que andaram falando por aí se baseia apenas na desconfiança que desta vez você não joga diretamente com o X ou com o Zero, mas sim com fragmentos destes heróis lendários. A idéia também do personagem principal meio que se “morfar” durante o game de diferentes formas pode desagradar alguns, mas garanto que só desagradou quem nem teve coragem de experimentar.

A história do game começa simples, como é de praxe em Megaman. Logo de cara você tem que escolher entre dois humanos (SIM, você joga com humanos no game, o que pra mim em Megaman é surpreendente. Sinceramente em toda a saga original e X não vemos nenhum humano além do Willy, do Light e do Cain. Só no Megaman Zero 4, para GameBoy Advanced, é que os humanos começam a aparecer de verdade, o que é muito estranho uma vez que o Rock, o X e o Zero lutam para salvar os “humanos” do caos criado pelos Mavericks). As escolhas possíveis são o Vent e a Aile, e esta escolha ditará pequenas mudanças e extras diferentes dentro do game. Nada muito grave, mas é legal curtir estas variações de opções quando você tem um tempo sobrando pra investir nisso.

O game começa com Giro, melhor amigo do protagonista escolhido, e com a Aile (vou falar tudo no ponto de vista dela, uma vez que a acho mais decente que o Vent) conversando com um grupo especial denominado Guardians para o qual eles precisam entregar algo de vital importância. A Aile está pensativa e fala sobre o seu passado triste para o Giro, comentando que seus familiares pereceram após o ataque de Mavericks quando ela era jovem (esta informação é de extrema relevância para a história). Então eles são atacados e Aile acaba se separando de Giro com uma explosão, caindo de um penhasco e levando consigo o tal pacote de entrega. Ela conversa com o Giro pelo comunicador e ela decidi ir encontrar os Guardians para efetuar a entrega. Um pouco a frente ela os encontra, liderados por uma jovem chamada Praire. De repente uma cobra robótica os ataca e do pacote revela-se um ser conhecido como Biometal X, que se une a Aile e ambos afastam a tal cobra. Praire fica espantada ao ver Aile é uma das “escolhidas” compatíveis com o Biometal. Logicamente Aile está voando com essa história toda, mas ela decide ficar com o Biometal até que tudo seja melhor esclarecido. Aí que a história em si começa.

Os Guardians são liderados pela Praire, o que deixa a Aile espantada por alguém tão jovem liderar o grupo responsável pelo controle das atividades de Mavericks no mundo. Giro retorna ao convívio da Aile e explica que ele mesmo é um “escolhido” (do Biometal Z), e que já fazia parte dos Guardians. Aile acaba entrando para os Guardians a fim de combater os Mavericks que tanto odeia e começam as missões. Chega uma hora que ela se encontra com um tal de Serpent, o vilão da história. Serpent possui o Biometal Model W que é capaz de manipular outras máquinas. Com o seu poder, ele corrompe Giro para lutar contra a Aile e no final ambos estão quase mortos. Giro então se sacrifica e pede para que o seu Biometal Z se funda ao da Aile, a fim de salvar a garota. Aí que surge o tão falado Biometal ZX, que dá o nome a série. Eu diria que é “Biometal Zero de verdade do Megaman X3”, uma vez que é o Zero com o Buster do X.

A trama em si engrossa e fica até meio complicada de acompanhar caso você esteja com pressa. Ela possui diversas referências a saga do Megaman Zero (a coincidência dos gráficos não é a toa), e na medida em que o jogo anda você adquire novos Biometal que possuem capacidades únicas. E você pode ficar trocando de “armadura” o quanto quiser para explorar o melhor possível do game. É muito diversificado as capacidades das armaduras e suas influências com o cenário, deixando o sistema muito interessante. Realmente lembra um pouco Power Rangers (a transformação é quase idêntica), mas nada que atrapalhe ou deixe o jogo ruim.

Acho que uma das coisas mais legais nos Biometal é a tela secundária do DS. Na telinha onde geralmente usaríamos a caneta do DS aparece informações diferentes para cada Biometal que estejamos usando. O mais sem graça neste aspecto é o modelo original, o ZX, que não aparece nada. Mas em modelos como P e L, aparecem o cenário esquemático de onde vocês está, onde no primeiro ele te localiza os inimigos e o segundo mostra onde tem itens. O modelo H mostra os status do inimigo que você está batendo e o modelo F, o mais estranho deles, permite que você mude a sua vontade a trajetória do seu tiro (eu só aprendi isso no final do game, o que me deixou muito chateado). E o mais legal de tudo é que você pode simplesmente andar por aí como humano! Falar com pessoas com um Biometal equipado as faz pensar que você é um Maverick, sendo melhor tratar com elas sem Biometal algum. Sendo humano você pode também andar agachado, o que permite alcançar alguns locais específicos. Agora não me vá enfrentar Mavericks sendo humano, né! É pedir pra morrer, uma vez que na forma humana o máximo que você pode fazer é pular por cima do bicho e sair correndo.

O jogo segue aquela lógica criada pelo Megaman Zero de cenário, ou seja, todas as fases estão ligadas entre si. Desta vez nós temos uma mapa resumido no Menu que ajuda a nos localizarmos melhor, o que é um avanço. Entretanto, alcançar os cenários se tornou uma tarefa frustrante. É verdade que existem pontos onde você pode salvar o game, se curar e se teletransportar, mas este são raros de se achar e ficam geralmente no final dos cenários. Além disso, existem locais onde você pode salvar, mas não se teletransportar, deixando a locomoção nos cenários algo cansativo. Sinceramente eu adorei esse sistema de tornar o mundo algo coeso e único, ligado entre si, mas a forma explorada pelo Megaman ZX não me agradou muito.

A qualidade gráfica do game é surpreendente, digna de um SNES melhorado, seguindo o padrão adotado pelo Nintendo DS. As cenas em Anime espalhadas pelo jogo também são muito boas, dando um clima diferente ao mesmo. A música até é agradável, bem ao estilo do Megaman Zero, mas não é algo que me deixe “feliz”. Pelo menos não constatei nenhum problema com ela. Em fim, ela confere o clima apropriado ao game, mas não faz muito o meu estilo (sou mais o rock clássico do Megaman X). A jogabilidade é tão boa quanto de todos os Megaman, só não gostei muito da forma como usar os poderes dos Biometal.

Em suma: não é o melhor Megaman de todos os tempos, mas sem dúvida é único e merece ser jogado. E não fiquem com o pé atrás por causa dessa história de “Power Rangers”. Garanto a vocês que nunca mais verão Megaman com os mesmo olhos. Ah, e joguem com a Aile.
Fonte:Tio Lipe

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